24/09/2015

Teresa Ferreira Rodrigues, sua mãe







 

Todos e cada um dos seus antepassados assinam a sua singularidade. Em termos geográficos são nove  os concelhos do Porto conhecidos que contribuíram com material genético para a sua vida nos últimos quatro séculos, Paredes e Penafiel em maior número, e ainda Porto, Lousada, Paços de Ferreira, Felgueiras, Marco de Canaveses, Amarante e Vila Nova de Gaia. Paço de Sousa, o seu berço, em casa de Ferreiras e Coelhos, a casa do seu pai, trazendo a mãe os apelidos Rodrigues Moreira. Sem um único dos nomes que constam da sua história genealógica, a mesma não se poderia escrever.


 Dona Teresinha de Antelagar, como era conhecida no seu berço, Paço de Sousa, teve apenas um irmão, Joaquim, mais novo 2 anos, que descansa junto da sua família de Antelagar,  em jazigo que mandou construir para receber o primo Agostinho, sensivelmente da mesma idade, filho da irmã de sua mãe, Clara, da Casa de Vales, falecido em 1874, aos 32 anos; ambos moradores em Cête, ele na Casa de Várzea e o primo na Casa de Cima, muito próximos na morada e na forte amizade, o jazigo é uma jóia arquitectónica que o veio a receber a si, mulher e a toda a família mais próxima, a família de sua irmã, com uma dedicatória gravada na pedra tumular. A avaliar pela última homenagem desenvolveram  grande proximidade. Joaquim faleceu em 1907, antes de sua irmã, viúvo desde o ano anterior, pelo que a irmã foi a sua herdeira, o casal não havia tido descendência, vindo a Casa de Várzea a pertencer à filha Maria. Por tudo isto se vê os fortes laços que uniam os dois irmãos, também em resultado de serem únicos.
 Sua mãe, Lourença, foi pela primeira vez mãe aos  36 anos, pelo que a família não foi numerosa, como fora habitual em gerações anteriores na sua casa, tendo o seu pai, António, crescido na mesma casa com mais nove irmãos. Teresinha tinha assim muitos tios, sendo a  tia Rosa, solteira, irmã do pai, sua segunda mãe, moradora na casa do irmão e acompanhando a sobrinha para a Casa do Bairro, quando casa aos 26 anos. Para os seus oito filhos era a mãe Rosa. O Padre José assistiu à reunião dos restos mortais de pais, avós, bisavós, irmão António, tios, no jazigo  que o tio Joaquim havia mandado construir para Agostinho Barbosa de Leão e descreve num belo registo literário, comovente, a mãe Rosa. 
Teresinha educa, junto ao marido, com o maior desvelo os seus queridos oito filhos, num ambiente rural, desfrutando das alegrias do campo.
 Falecida em 1913 [12.12.1913.], não teve a alegria de ver o seu filho mais novo seguir os passos do  mais velho, dedicando a sua vida ao sacerdócio e consumindo-se por inteiro nessa vocação adiada e finalmente consumada, de entrega total aos mais frágeis e desprotegidos. Estava em Moçambique, em carreira profissional de sucesso, para onde fora quando o seu irmão Jaime aí se encontrava, profissional competente e de sucesso na British Central Africa Company no Chinde.
 Assistiu à partida para a Índia do seu primeiro filho, onde se preparou para a vida eclesiástica e foi missionário, regressando,  já com a mãe falecida. Um dos filhos, António, foi médico tendo falecido precocemente aos 31 anos. Houve dois lavradores e outro homem de negócios emigrado no Brasil. A  única filha, a morar tanto em Irivo, como depois em Cête, localidades muito próximas, terá suavizado a distância de alguns deles. O filho Joaquim, lavrador, fica a morar depois de casado em 1904 na Casa paterna, onde constitui família. Teresinha e Ramiro, quase a seguir, vão passar a viver na Casa que foi da família de Teresa. 
Conheceu ainda netos mas morre cedo aos 66 anos deixando uma grande saudade aos filhos e marido, que lhe prestam linda homenagem em pergaminho, em estojo concebido para acolher o linho envolto no fuso que fiou na véspera de sua morte.






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Assento de baptismo






Nota: Por erro, a avó paterna de Teresa é referida como Rosa Coelho,
 sendo o seu verdadeiro nome Teresa Coelho.



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